terça-feira, 6 de outubro de 2015

Pensamento da Semana: Selecções

Tenho lido aqui e acolá algumas opiniões relativamente às Selecções. A temática das ditas tem-se prendido fundamentalmente com o facto de as convocatórias das Selecções serem, por vezes, um pesado fardo para os Clubes pois estes têm de lidar com eventuais lesões que possam surgir enquanto os Atletas se encontram ao serviço da sua Selecção. O outro ponto da dissertação prende-se com o facto de o calendário dos jogos oficiais/particulares das Selecções prejudicam o trabalho contínuo dos treinadores dos Clubes

Não querendo classificar a opinião de ninguém apraz-me dizer que tanto uma questão como a outra não passam de “ovos de Colombo”.

È um facto que o calendário dos jogos das Selecções sofreu uma profunda alteração tendo mais em vista o marketing e lucro da UEFA/FIFA do que os interesses das Selecções, contudo os calendários dos jogos de cada Selecção são anunciados muito antes do arranque das Temporada e quando não é assim os treinadores dos Clubes já sabem de antemão que na data x ou y não poderão contar com os serviços dos Atletas que foram convocados pelas respectivas Selecções. Não houve nunca mal nenhum nisto e não é agora que passará a haver.

Para além disto as Selecções também servem para valorizar um Atleta. Veja-se o exemplo recente de James Rodriguez que após o Mundial do Brasil deixou o Mónaco e ingressou no real Madrid CF. Segundo o prisma financeiro os Clubes têm todo o interesse em que os seus Jogadores ingressem nas suas Selecções.

Por último temos a questão das lesões. Este é um ponto sobre o qual é complicado opinar porque a lesão do atleta traz sempre um grande prejuízo para o seu Clube, contudo hoje em dia são poucos os plantéis onde não hajam alternativas que permitam ao Clube manter o seu nível de forma e exibição porque este tipo de situações tem de estar previstas no futebol dos nossos dias. Já a questão financeira nem se coloca pois existe um seguro que por norma os Clubes subscrevem e que cobre este tipo de situações.

Falta somente falar aqui dos prémios financeiros que os Clubes recebem quando os seus Atletas representam as suas Selecções nas grandes provas internacionais de Selecções. E escusado será também dizer que a motivação de um jogador que representa a Selecção do seu País sobe em flecha. Coisas tão óbvias que quase me esquecia de falar nelas.

5 comentários:

Jorge Vassalo disse...

Sim, é um facto que a motivação dos atletas aumenta muito, mas eu faço uma pergunta:

Tirando os atletas que nunca jogam, qual é a motivação e a necessidade de um jogo de carácter particular sempre que há paragem para selecções?

Se se fizesse dois jogos de apuramento, mesmo com um particular a cada três paragens, por exemplo, estas ditas paragens reduziriam quase para metade...

Esses sim, não servem para nada mais do que enriquecer uma federação que nem nos reconhece...

Abraço Azul e Branco,

Jorge Vassalo | Porto Universal

Pedro Silva disse...

@ Jorge Vassalo

"Tirando os atletas que nunca jogam, qual é a motivação e a necessidade de um jogo de carácter particular sempre que há paragem para selecções?"

Isto é uma pertinente pergunta que terá de ser colocada a Platini e seus acólitos. Isto porque o novo formato de apuramento para o EURO obriga a que se tenha de realizar particulares porque temos 8 Grupos com n.º pares de equipas e 1 com um n.º ímpar de equipas e como tal as equipas do Grupo ímpar tem de disputar um particular para que tudo termine na mesma data. É nisto que dá querer fazer do EURO uma "quase Copa América".

E se não me engano os Clubes recebem uma compensação financeira quando os seus Atletas realizam jogos particulares pelas suas Selecções. Para além de que, salvo erro mais uma vez, os Clubes são obrigados a libertar o Atleta caso este aceite a convocatória da Selecção do seu País.

Aquele abraço!!!!

Luís Miguel disse...


"...as Selecções também servem para valorizar um Atleta. Veja-se o exemplo recente de James Rodriguez que após o Mundial do Brasil deixou o Mónaco e ingressou no real Madrid CF. Segundo o prisma financeiro os Clubes têm todo o interesse em que os seus Jogadores ingressem nas suas Selecções."

Caro Pedro Silva

Está profundamente equivocado, as selecções desvalorizam os jogadores. Veja-se o exemplo recente de James Rodriguez que após o Mundial do Brasil deixou o Mónaco e ingressou no Real Madrid CF, por apenas 80 milhões de euros quando, se não brincasse na selecção, poderia valer entre 90 a 95, quiçá mesmo atingir os 100 milhões de euros. Em termos salariais, James Rodriguez também recebe menos do que poderia receber, pois brinca na selecção.

Aliás não é por acaso que James Rodriguez está neste momento out das opções do Real Madrid, pois lesionou-se na selecção colombiana e a sua lesão tem-se vindo a arrastar.

De qualquer maneira, compreendo que nem todos tenham a minha visão sobre o assunto e aguardo ansiosamente pelos seus argumentos que dêem suporte à sua teoria de que os jogadores se valorizam nas selecções.

Eu, pela minha parte, defendo a minha teoria de que os jogadores desvalorizam-se nas selecções e prejudicam desportiva e financeiramente os clubes/sads e estarei disponível para dar argumentos que dão solidez e consistência à minha teoria.


Pedro Silva disse...

@ Luís Miguel

Um ponto prévio; não tenho intenção alguma de demover a sua posição sobre o assunto em analise. A caixa de comentário é demasiado reduzida para o gládio de argumentos. O que me interessa sobretudo é tornar pública a minha opinião sobre um determinado tema e ler o que pensam os Leitores sobre o tema/opinião. Nada mais.

Posto isto vamos ao que me solicitou.

Luís o James Rodriguez é um Jogador com um potencial enorme que no Mónaco teve uma prestação muito mediana.

O Colombiano apenas saiu para o Real Madrid CF por 80 milhões porque no Mundial do Brasil mostrou todo o seu potencial ao serviço da sua Selecção. Aliás, o interesse dos Merengues em James surgiu somente após a participação deste no referido Mundial.

Dito de outra forma; se James não tivesse estado ao seu melhor nível no Mundial do Brasil ao serviço da Selecção Colombiana de certeza que o Mónaco não venderia o seu passe pelos valor que vendeu aos Blancos.

Contudo se James tivesse mostrado bom serviço no Clube Monegasco e tivesse levado a cabo o Mundial que fez então acredite que este não teria saído do Principado por 80 Milhões.

Ora isto para dizer que as Selecções também servem para valorizar os passes dos Jogadores.

Quanto à questão salarial, é natural que no Real Madrid CF o Colombiano receba menos do que aquilo que auferia no Mónaco. isto porque os planteis do Mónaco e do Real não podem nunca ser comparados. No Mónaco James era a estrela, já no Real é mais uma estrela entre outras.

O único senão das Selecções são mesmo as lesões mas os Clubes profissionais tem Plantéis vastos que lhes permitem colmatar este problema com maior ou menor eficácia. Isto sempre foi assim e sempre será.

E uma última nota, os Jogadores não vão "brincar" nas Selecções. Vão antes trabalhar. São profissionais que recebem dinheiro por estarem ao serviço das suas Selecções. Isto para além de que estão a representar o seu País.

Luís Miguel disse...

Caro Pedro Silva

Continua equivocado, James Rodriguez tem tido excelentes prestações nos clubes por onde andou, desde as camadas jovens no Envigado (Colômbia), sendo depois transferido para o Banfield (Argentina) e vindo depois para o Porto seguindo-se o Mónaco e agora o Real Madrid. Acredito profundamente que seriam ainda melhores se James fosse melhor profissional e renunciasse às selecções e se concentrasse nos clubes.

James foi transferido por apenas 80 milhões quando poderia ser transferido por 90 a 95 milhões quiçá mesmo atingir os 100 milhões se não brincasse nas selecções. O FCPORTO também apenas conseguiu uns míseros 45 milhões de euros quando muito facilmente poderia ganhar uns 60 milhões de euros, mas James brincava muito na selecção.

O mesmo raciocínio aplica-se tanto aos valores de transferência como também aos salários, ou seja, James ganha menos do que poderia ganhar.

Concluindo, as selecções desvalorizam os jogadores e prejudicam desportiva e financeiramente os clubes.

Ainda agora tivemos o recente caso da lesão do WC que ficou o tempo suficiente afastado para o Sporting ser pirilado na CHAMPIONS LEAGUE e ainda levaram uma coça contra o Lokomotiv em casa. Prejuízos desportivos e financeiros.

As lesões não são o único senão, pois existem muitos outros contras, então e as viagens cansativas? Então e os dias que o treinador do clube não os tem ao seu dispôr para os treinos durante a semana? Como podem os clubes preparar o seu próximo jogo se muitos jogadores não estão no clube mas estão nas selecções, com outros treinadores, com jogadores diferentes, com outros métodos de treino, com outras condições de trabalho, com outros médicos, etc. Ainda mais, os dias em que os jogadores estão ao serviços das federações são pagos pelos clubes, logo é racional que os clubes não paguem tanto nos valores de transferências nem nos salários aos jogadores.

Outra coisa, quando há jogos de selecções, os campeonatos param e os clubes ficam sem poder obter receitas de bilheteira e outros, mas os custos fixos têm que ser pagos, quer haja receita ou não.

É por tudo isto que os jogadores não só se desvalorizam nas selecções mas também prejudicam desportiva e financeiramente os clubes.

E sim, os jogadores vão brincar nas selecções, pois deviam estar ao serviços dos clubes que lhes pagam os salários.