quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Fraquinho, fraquinho, fraquinho

Escreveu-se na véspera que o Portugal x Argentina podia ser um fracasso, pois a corrida aos ingressos estava a ser abaixo do esperado. Quem não esteve em Old Trafford, o Teatro dos Sonhos, não se arrependeu de não ter comprado bilhete, pois o jogo entre Argentinos e Portugueses foi fraco e não teve grandes motivos de interesse. No entanto, alheio a isso, quando já se esperava o empate, Raphael Guerreiro, após assistência de Ricardo Quaresma, garantiu o triunfo à equipa de Fernando Santos.

Num espectáculo tão pobre, nem as estrelas Lionel Messi e Cristiano Ronaldo foram suficientes para animar a partida. Os dois jogadores, de resto, apenas estiveram em campo durante a primeira parte e ambos até tiveram oportunidade para marcar, embora o Argentino tenha estado bem mais activo e interventivo.

E se Messi jogou mais que Cristiano Ronaldo foi também por culpa da exibição das duas selecções. Ao longo dos primeiros 45 minutos, a Argentina foi superior a Portugal e se alguma das selecções merecia estar na frente do marcador ao intervalo era a Vice-campeã do Mundo.

Os comandados de Tata Martino tomaram conta da partida desde o primeiro minuto e os Portugueses sentiram dificuldades para conseguir sair do seu meio campo, sendo que a primeira vez que Portugal mostrou estar no jogo foi aos 29 minutos, quando Cristiano Ronaldo, após assistência de Nani na direita, fez três simulações na área Sul-americana e rematou por cima.

Foi a primeira e única situação de golo da selecção orientada por Fernando Santos na primeira parte, pois só nessa ocasião conseguiram construir uma jogada com princípio, meio e fim. Até então, dominava a Argentina, que jogava instalada no meio campo defensivo de Portugal e aproveitava insistentemente a ansiedade natural de Tiago Gomes, lateral-esquerdo que se estreou e que teve a missão difícil de (tentar) parar Messi, para atacar pelo seu lado. Consequência deste domínio, os Vice-campeões do Mundo tiveram duas ocasiões soberanas para marcar. Uma por intermédio de Di Maria, após mau passe de André Gomes, e outra por Messi, que fez a bola bater no poste após surgir nas costas de Tiago Gomes.

A primeira parte esteve longe de ser interessante, mas a segunda não foi melhor. Sem Messi e Cristiano Ronaldo, que saíram ao intervalo, as duas selecções revelaram-se orfãs dos dois «extraterrestres» e não há memória de uma verdadeira ocasião de golo durante até aos 90 minutos. A qualidade de jogo baixou e tal aconteceu mais por culpa da Argentina, que diminuiu a intensidade.

Por sua vez, Portugal continuou sem existir ofensivamente (o lance já referido de Ronaldo foi mesmo o único de perigo durante os 90 minutos por parte dos Lusos) e para a história parecia que ia ficar o 0 x 0 que, tendo em conta o que tinha sido a partida, tinha de ser considerado positivo.

Porém, no futebol tudo pode mudar de um momento para o outro e num lance em que a sorte bafejou os jogadores Portugueses, Portugal chegou à vitória. Foi já no período de compensação que o estreante Adrien Silva rematou, a bola bateu acidentalmente em Éder e sobrou na direita para Ricardo Quaresma. O extremo do FC Porto, talhado para ser decisivo na era Fernando Santos, cruzou com conta, peso e medida e Raphael Guerreiro, completamente sozinho na área, cabeceou para o fundo da baliza, garantindo a vitória no particular sobre a Argentina. 

Retirado de zerozero 

Melhor em Campo: Ricardo Quaresma

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