sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Batalha Naval à Vista

Nunca a palavra “fundo” foi tão bem aplicada. As duas frotas da Segunda Circular começaram irmanadas na sua luta pelo segundo lugar, afinal o último que este ano dá direito a entrar na Champions. Mas não é que quando tudo lhes parecia correr lindamente, o Almirante encarnado voltava a tentar enganar os que ainda acreditam nele, e o Contra-almirante esverdeado afirmava o seu conceito de “verdade desportiva”, foram ao charco ao mesmo tempo? Dois submarinos foram atingidos nas vésperas do início da Liga e dificilmente voltarão para cima
Tudo começou quando o Banco de Portugal acertou o primeiro tiro no BES acionista da SAD, o segundo no Clube, e o terceiro com estrondo nas ventas de Domingos Soares de Oliveira, o gajeiro de serviço. Acabou-se a mama que os sustenta há 12 anos desde que Vale e Azevedo foi ao fundo, Vilarinho veio à tona e Vieira passou a comandar o barco.
 
O outro fundo, o verdadeiro, o tal Fundo das Estrelas (Star’s Fund) que tem avançado com a maçaroca para aquela armada em 10 anos comprar cerca de 300 jogadores e pagar 200 milhões de euros de juros (Vieira dixit), vai encerrar para balanço. Durante 5 anos adiantou dinheiro ao senhor Vieira penhorando dezenas de atletas. Pelo Regulamento do Fundo que pertence à ESAF uma societária do BES e não à SAD do Benfica como diz o aldrabão no DIA SEGUINTE fica claro que os vai devolver à procedência e receber a massa de volta. A “instituição” se os quiser reaver terá que pagar os valores que lhe foram adiantados (em Contabilidade chama-se Proveitos Diferidos). É uma espécie de empréstimo como fazia o Joaquim Oliveira quando lhes avançava dinheiro para comprarem a cal de marcar o campo. A aldrabice da venda de Garay deve ter precipitado o processo de encerramento. Note-se que a extinção do fundo não implica que não possa ser criado outro. Sem o BES, já se vê. Não falta por aí quem queira investir e a salvação do clube da treta é um desígnio nacional.
Mas parece que arranjaram um novo otário. Lembram-se quando eles foram às Arábias no ano passado tentar vender o naming do estádio? Naquela altura falhou. Este ano conseguiram uns dinheiritos para inserir publicidade aos Emirates nas camisolas, e lá apareceu feliz e risonho Domingos Soares Oliveira um dos responsáveis pelo afundanço da “instituição”.
 
No estaleiro do outro lado da Circular, a esquadra do banana, não consegue sequer sair do cais. Quatro dos navegadores ficaram sem a carta de marinheiro e estão debaixo de processos disciplinares. Rojo, Slimani, Shikabala e Ruben Semedo! São os submarinos da nossa Batalha Naval. É muito difícil acertar-lhes. Além destes, Eric Dier mandou-os passear, e há problemas com Cédric, William Carvalho e Jefferson. As negociações para a renovação do contrato estão suspensas. Para um senhor que caiu de paraquedas num clube falido que só não fechou as portas no ano passado porque José Maria Ricciardi e o BES lhe perdoaram metade dos juros e esticaram o pagamento das dívidas até às calendas Gregas deve fazer-lhe muita confusão os jogadores quererem ganhar mais dinheiro.
 
A batalha por Rojo tem sido engraçada. Os tiros disparados pela Doyen assobiam por cima do banana que como não tem argumentos nem faz a mínima ideia de como gerir um clube, quanto mais uma SAD, diz que vai tudo para os tribunais, imitando o fogo-de-artifício da cavacada/coelhada. Enquanto o pau vai-e-vem, folgam as costas!
Reparem só! O banana nem sabe como estes fundos funcionam. Primeiro: não respondeu dentro dos prazos legais a uma proposta da Doyen. Segundo: pretende rescindir um contrato unilateralmente. Terceiro: nem sequer se lembra que não entrou com um cêntimo para a compra do atleta. Quem avançou com a entrada de 1 milhão de euros e os 75% do valor da transação foi a Doyen. Caso o jogador fosse vendido (seja por 20 ou 30 milhões), a frota de bacalhoeiros dos calimeros não receberia nada. 75% seria para a Doyen e 25% para o Spartak.
 
Além disso, e pouca a gente conhece este pormenor, a Doyen Sports ainda lhes emprestou dinheiro para resolver problemas de tesouraria. Subitamente o banana passou por cima do contrato com a Doyen (rescindiu alegando justa causa) e negociou diretamente com o Manchester. Vamos ter assunto para muito tempo.
 
Até à próxima

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